segunda-feira, 11 de julho de 2011

CRÔNICA URBANA #9: CAMINHADA SOLITÁRIA

Caminhada solitária

Na caminhada solitária e diária dobro a esquina como de costume em direção ao Cine Vitória, atualmente Teatro Municipal de Resende, e faço versos que ninguém quer ler.
 O que importa? O mundo está com as portas fechadas.
 Neverland! Insisto, continuo escrevendo palavras, verbos, onomatopéias suspeitas, sujas...que ninguém sabe ler.
Ah! As onomatopéias, eu as adoro quando tiram um cochilo em plena tarde de inverno.
Respeitável público quando as luzes do teatro se apagarem, gritem até as suas cordas vocais se arrebentarem.
Aviso importante:  Nunca grite para dentro, grite sempre para fora.
Agora estou sem palavras que signifiquem alguma coisa. Por que as palavras tem sempre que tem significado? Outro significante...Onde fica? Na vagina? No ânus? Na boca? Depende da sua sexualidade.
Ei, Myriam, você tem certeza que é mulher com M maiúsculo?
Para não perder o compromisso, uma moça me pergunta quanto custa o poema pedra. Ao invés de dizer o preço, eu sugeri que ela distribuísse bolas de aniversário com poemas dentro.
Dentro...
O que tem dentro da gente?
Há momentos que eu me sinto oco, vou para livraria e namoro os livros até ficar protegido totalmente pelos anjos que ali moram.
Viver dói.
Caminhar engorda e meu guarda-chuva não me protege da chuva.
Gracias a los Dios !

                                                                            Rudhi Roth
Resende, dia 09 de julho de 2011.

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