sexta-feira, 24 de junho de 2011

CRÔNICA URBANA #7: CAMINHANDO NA CORTE

Há dois dias atrás estive caminhando pela Corte. Refiro-me a Cidade do Rio de Janeiro, que mesmo depois de não ser mais sede da Corte Portuguesa ainda mantém status e clima do mesmo. Sei que muitos não concordarão. Mas quem tem alma de metropole sabe do que eu estou falando. É bom estar na Corte. Visitar os seus pontos históricos que são muitos. Nenhuma Capital consegue oferecer tamanha mágica de ser. Estive na Urca/Praia Vermelha, próximo a Universidade do Brasil, a primeira instituição do Brasil. O meu destino era o prédio da Unirio. Bem perto dali estava o bairro do Botafogo. Os seus prédios são do passado, são do futuro. Caminhar na Corte nos dias atuais tem ser feitos de carruagem de ferro, os ônibus, os carros, os táxis, etc. A Corte oferece tudo de bom, ou tudo de ruim, resta sabermos escolher. Espero escrever mais sobre esta minha caminhada sofisticada. Contudo, querido leitores, se é que os tenho, o meu compromisso agora passa a ser mais preciso. Comprometo escrever neste blog uma vez por semana. Até a próxima caminhada.

sábado, 18 de junho de 2011

CRÔNICA URBANA #6: UM CAFÉ, UM PÃO DE QUEIJO E CAMPOS ELÍSEOS

Caminhando por Resende encontro o seu Campos Elíseos. Na verdade esse encontro acontece religiosamente todo o sábado. Eu e minha esposa caminhamos por ali. Nada diferente, mas gostamos de andar pelo calçadão de Resende, não se compara a outros tantos calçadões que já caminhei mas marca aquele espaço popular onde as pessoas se olham e se encontram, tomam um café, joga conversa fora, come um pão de queijo, paga uma conta, compra uma coisa...uma feira, um mercado nos moldes do início do advento da burguesia na Idade Média e Viva o Capital...reclamamos do nosso salário mas não renúnciamos esta caminhada de feitiche consumista. Caminhamos, só caminhamos. Não compramos nada. De tanto olhar para o comércio, dá uma vontadissinha de passar o cartão, comprar aquele scaner que não tenho ainda. Hum...Tomo uma água, respiro, almoço no restaurante pimenta malagueta. A balança desse restaurante tem vista, não é cega como as outras...é o que me parece. Caminhando...não dá pra comer uma torta doce do Sabor e Arte? Está entendendo o que estou falando? Caminhar em Campos Elíseos é sinônimo de consumo. Saímos dali, pelo menos neste sábado, apenas com um saco de areia para gatos, mais shampoo para caspa, mais dois sabonetes glicerinados e só. Para quem não ia gastar nada. Amanhã tem mais caminhada.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CRÔNICA URBANA #5: COMEÇAR DE NOVO EM RESENDE

Estou em Resende disposto a mais uma caminhada. Recordo-me da música de Ivan Lins - Começar de novo. Já reparou a letra. A única pessoa que eu posso contar neste começar de novo, sou eu mesmo. Caminho por uma rua no bairro Jardim Jalisco que tem como cenário o pico das Agulhas Negras. Muita beleza. Isso é que vale. A vida deve ser vivida sem ansiedade, com poesia, sem apavoramento. A música de Ivan é um tanto melancolica mas tem nos versos iniciais uma sapiência. Repito: "começar de novo, e só contar comigo, vai valer a pena." O resto da música é triste, prefiro ficar só com esta frase. Bom, quem sabe em alguma composição no futuro eu possa estar usando-a como incidente sonoro. Dobro uma esquina, suba uma ladeira, canto Hare Krishna. Esta croniquinha tem haver com dois dias. Hoje são 17, ontem foi 16 de junho. Ir em busca daquilo que você acredita é foda. Começar de novo em Resende. A sensação que estou começando do zero. Estou começando de novo mesmo. Daí tornei-me um artesão associado. Fui até a Associação dos Artesãos de Resende e me filiei. Em breve estarei expondo e vendendo os meus livretos artesanais em feiras. Se quiser conhecer um pouco do meu trabalho vai no blog: maloteca.blogspot.com. Legal é que a associação fica na antiga estação de trem. Onde tudo começa, onde tudo termina. Onde as pessoas chegam, onde as pessoas partem. "Começar de novo e só contar comigo", com a minha parte mais divina. "Vois sois deuses" - não foi isso que disseram. Busco esse deus interior. Contar com ele. Acredito que foi ele que me trouxe até aqui. Ainda não sei para quê ou sei e não quero dizer. Essa sensação de começar de novo...parece que eu voltei 20 anos na minha existência. Me vejo lá em Ipatinga, acreditando na vida, o que será de mim? Vivendo. Começando...ainda novo, tinha 17 anos, cheio de sonhos..Aí me vejo com quase 40 anos começando de novo como se tivesse 17 anos. Ainda cheio de sonhos. Será que a vida é um começando?
Busco novos paradigmas. Amanhã tem mais caminhada. Começar sempre de novo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

CRÔNICA URBANA #4: ENGENHEIROS PASSOS

A caminhada que diz hoje foi bem interessante. Conheci uma comunidade que não conhecia ainda. Engenheiro Passos. Pertence a Resende e é do lado de Queluz (Município do Estado de São Paulo). O que me motivou ? Fui para fazer um contato profissional com a Escola Estadual do lugar. Deixei meu CD Portfólio/Currículo para que no futuro possa servir para alguma coisa. Esta escola costuma abrir espaço para instrutores de arte por conta do Projeto Mais Educação que tem como objetivo, no meu entendimento, de incentivar o estudo dos alunos através da Arte. Maravilha nê. A arte é o meio.
Preciso saber mais sobre este projeto. Mas falando de Engenheiro Passos...Pacata comunidade, cortada pela Rodovia Dutra. Apresenta uma tranquilidade dos campos, clima de roça. No seu centro tem a Igreja de São João Batista que se encontra em festa neste mês de junho. Engenheiro Passos se assemelha a um arraiá - antigas comunidades do século XIX. As ruas, o formato das casas lembram casebres do século dos Senhores do Café. Casebres que parecem Armazens. Parece que as pessoas daqui se conhecem a muito tempo, guardam segredos, a impressão que dá é que quando alguém faz alguma coisa "errada" ou ela sai ou sofre um bocado de preconceito por ser diferente. Comunidades fechadas costumam serem mais moralistas que tem seu aspecto sócio-funcional. Assim os conflitos não ocorrem.
Este lugar deve guardar muitas histórias que merecem serem pesquisadas. Consulte o site http://www.vila-forte.com.br/ para saber mais. Estou aqui passando as minhas impressões poéticas em forma dessa breve crônica. Deve ser bom morar aqui para quem gosta de sossego e paz. Eu me acostumaria? Antes teria que me transformar, romper muitos paradigmas modernos. Ainda sou muito apegado aos gozos materiais e sensoriais do corpo. Conudo agora pratico o gozo da alma, do espírito. Estar aqui sentindo a tranquilidade desta comunidade e escrever sobre ela é um baita gozo da´lma. Vale a pena, quando a alma não é pequena.
Amanhã temos mais caminhada.