segunda-feira, 4 de julho de 2011

CRÔNICA URBANA #8: CAMINHAR É UM DESAFIO

Caminhar pela vida sem ferida é uma questão de escolha. Caminhar é o interrupto. Você é capaz de dar a volta em São José do Barreiro e voltar sem dor? diria um guardião do tempo que fica parado em frente a Parada do Milho todos os dias pontualmente às 13 horas da madrugada. A Parada do Milho é um restaurante que fica no Centro Histórico de Resende que guarda particularidades patrimoniais bastante valorosas. Respondendo ao guardião do tempo: Eu sou capaz de ir a São João de dia, para isso vou para a academia de músculos e exibicionismos. Preparo-me todos os dias. Não me dê como frouxo. Um dia eu irei pedalando ou caminhando até São José do Barreiro. Será o meu caminho de Santiago de Compostella. Chegando lá visitarei a Igreja, pedirei um copo d´água na sacristia. O padre me oferecerá uma taça de vinho. Não seu padre eu não bebo?  Mas meu filho, é o sangue do Cristo. Não, eu não bebo o sangue de Cristo, prefiro as lágrimas de Mamãe Oxum. Sabiam que as cachoeiras são lágrimas de Oxum. Lavarei meus cansados pés na Cachoeira do Veado. Animal que acompanha Oxum de perto e de longe. Não sabia? Pois é amigos agora fiquem sabendo.
Chegando em São José do Barreiro pedirei para entrar na Fazenda de São Benedito. Acenderei uma vela para o Santo em agradecimento a minha chegada naquela cidade defronte ao seu Oratório Histórico do Século XVIII. Como voltarei para Resende? Olhando ao longe a um grande lago, tive uma ideia? Será que ainda existem índios puris na antiga Estrada das Barreiras (Impostos)? Tomando uma pinga no boteco da praça, ouvi um preto velho dizer que debaixo das matas ciliar da direita existe uma pequena oca feita de Juçara. E que lá vive um cacique ancião esquecido pelos outros índios. O estranho da história é que Índio nunca esquecia o seu cacique em mata desconhecida. Os puris assim como os brancos, passavam por São José afim de seguir viagem para a Serra da Bocaina. 
Depois escutar aquela conversa tratei de caminhar em direção a pequena oca puri. 

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